“Somos todos iguais na diferença”: o Dia Internacional da Síndrome de Down

O dia 21 de março é a data de conscientização global celebrando a vida das pessoas com Síndrome de Down

“Somos todos iguais na diferença”: o Dia internacional da Síndrome de Down
Dia Internacional da Síndrome de Down

No dia 11 de março de 2022, Carlos Henrique e mais dois amigos com a Síndrome de Down (SD), Felipe de Carvalho e Natália Magalhães Moura, visitaram a sede do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE). Animado, Carlos demonstrou atenção especial aos locais aos quais foi conduzido, principalmente, ao Gabinete da Presidência. Essa visita foi o impulso inicial para instigar interesse deles e dela pelo processo eleitoral.

Com 19 anos, o primeiro voto de Carlos Henrique ocorreu nas Eleições 2022. E a vontade de se inscrever para mesário voluntário surgiu conversando com o pessoal do TRE-SE, notadamente, com Caroline Valeriano Damasceno, chefe do Núcleo de Sustentabilidade e Acessibilidade (NSA), que lhe deu importantes orientações.

Segundo a servidora, durante a visita, Carlos apresentou curiosidade acerca das diversas atividades realizadas no período eleitoral: “Diante da sua facilidade de comunicação, associada ao seu perfil colaborativo, questionei se ele aceitaria trabalhar nas Eleições 2022 no município de seu domicílio eleitoral, proposta que o deixou extremamente empolgado. Assim, entrei em contato com o chefe de cartório, que se prontificou em convocá-lo.”

A iniciativa foi bastante significativa para a promover a inclusão e demonstra a importância de todos estarem abertos a acolherem as diferenças e a exercerem a empatia. “Espero que inspire mais pessoas com Síndrome de Down a se voluntariarem para os próximos pleitos, bem como que sirva de exemplo para as demais unidades do próprio TRE-SE e para outras instituições”, afirmou Caroline Valeriano.

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Dia Mundial da Síndrome de Down

Hoje, 21 de março, é comemorado o Dia Mundial da Síndrome de Down. Reconhecida oficialmente pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), desde 2012, esta data objetiva a conscientização global e celebra a vida das pessoas com a síndrome, a fim de garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que as outras.

Evidenciando a data e demonstrando que as pessoas com Down podem e devem participar do processo eleitoral, a equipe da Assessoria de Imprensa e Comunicação Social do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) entrevistou o jovem Carlos Henrique para falar sobre experiência dele no último pleito, quando atuou como coordenador de local de votação, na 6ª Zona, município de Ribeirópolis.

Quando questionado acerca da vivência de auxiliar nas eleições, ele disse que gostou bastante e está à disposição para prestar serviço novamente. “Foi uma excelente experiência, estive bem motivado a superar as dificuldades, procurei envolver-me com outros voluntários e fui aprendendo a executar a minha tarefa da melhor forma”, afirmou Carlos.

Para ele, “o segundo turno (30 de outubro de 2022) foi mais tranquilo em relação ao primeiro, porque já conhecia o trabalho”, explicou. Em relação ao que ele considera ser inclusão, a frase que melhor define é "Somos todos iguais na diferença".

A avó do Carlos, Tânia Regina, sentiu-se orgulhosa, feliz e emocionada ao ver o neto trabalhando como coordenador do local de votação. Ao voltar para casa após o serviço, ele estava cansado, “porém eufórico com o resultado do seu trabalho. Teve ajuda da equipe e da comunidade, que correspondeu, com satisfação, de forma alegre e educada”, contou ela. “Foi uma experiência gratificante. Seria maravilhoso ter mais jovens (como ele, com certas dificuldades) provando que, se ensinados de maneira correta, corresponderão às expectativas”, declarou Tânia.

Marcel Silva Nunes foi o servidor designado a promover a capacitação do Carlos Henrique. Em seis anos de serviço no Tribunal, foi a primeira vez que teve a oportunidade de contar com a colaboração de uma pessoa com Síndrome de Down. “Ter a colaboração de Carlos Henrique foi uma experiência fácil e prazerosa. Ele se sentiu honrado em exercer um papel importante no processo democrático brasileiro, o que o fez administrar, com zelo, o Local de Votação onde atuou. Registro, inclusive, que ele não mediu esforços para ajudar os eleitores que possuíam dúvidas no dia da votação, isso fez que tivéssemos um retorno muito positivo acerca de sua contribuição”, declarou.

Josefa Juliana Goes da Costa e Sebastião Chaves Felix também atuaram como coordenadores de local de votação, e trabalharam com o Carlos. Josefa atua na Justiça Eleitoral desde que tirou o título de eleitora e contou que nunca havia trabalhado com ninguém com SD antes. Segundo ela, “foi uma experiência maravilhosa. O Carlos foi muito atencioso com todos.”

Sebastião Chaves já havia trabalhado nas duas últimas eleições como coordenador do local de votação e também foi a primeira vez que ele atuou junto a alguém com Síndrome de Down. Em suas palavras, a experiência foi maravilhosa, e ele foi muito prestativo.

Marcel Silva acredita que essa iniciativa do TRE-SE foi extremamente inovadora. Em sua visão, “chegou o momento de darmos visibilidade às pessoas com Síndrome de Down. Esse tipo de participação reduzirá cada vez mais a exclusão e o estigma gerados pela falta de informação da sociedade, permitindo, assim, atingir a verdadeira igualdade de oportunidades, o respeito e o amor entre as pessoas.”

Carlos Henrique acredita que a participação de mais pessoas com SD no processo eleitoral pode ser considerada um ‘divisor de águas’: “Quebrei um paradigma, foi mais uma conquista. Acredito que a atividade também deve ser exercida por outras pessoas com SD. Eu incentivo a todas e a todos que participem, é um trabalho que me deixou muito feliz e realizado. Acredito que se eu posso, todos podem também.”

Sobre a síndrome

A Síndrome de Down é uma alteração genética presente na espécie humana desde a origem. Foi descrita havia 150 anos, quando John Langdon Down, em 1866, se referiu a ela pela primeira vez como um quadro clínico com identidade própria. Desde então, tem avançado o conhecimento em relação à síndrome. Em 1958, o francês Jérôme Lejeune e a inglesa Pat Jacobs descobriram a origem cromossômica da síndrome, que passou a ser considerada genética.

Estima-se que no Brasil ocorra 1 em cada 700 nascimentos, o que totaliza em torno de 270 mil pessoas com Síndrome de Down. No mundo, a incidência estimada é de 1 em 1 mil nascidos vivos. É necessário destacar que a SD não é uma doença, e sim uma condição genética inerente à pessoa, porém, está associada a algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento da criança.

Audiodescrição: na fotografia há um homem sorridente. Ele veste uma blusa branca com a frase "Coordenador de Local de Votação".

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O acesso mais fácil à sede do Tribunal é pela Av. Tancredo Neves.

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